Dançar

Esse movimento mágico que funde música, corpo e euforia. Esse sentir mostrando, que é tão difícil de reprimir. É o nosso verdadeiro eu, sem máscaras, sem trancas nas portas. É o sorriso latente, vindo de dentro do sofredor. A dança é remédio e paixão. Com ela, toda a dor se vai, só fica o querer viver intensamente. Ficam todos os segundos do proveito e vão se embora todos os outros tempos.
Só o ritmo bate o tempo, bem lá dentro, todo outro facto é temporal.

Amo-te, meu Deus

Amo-te, meu Deus, e meu único desejo é amar-Te até o último respiro de minha vida.

Amo-Te, ó Deus infinitamente amável, e prefiro morrer amando-Te do que viver um só instante sem amar-Te.

Amo-Te, Senhor, e a única graça que peço é a de Te amar eternamente.

Meu Deus, se a minha lingua não puder dizer a cada instante que Te amo, quero que meu coração o repita tantas vezes quantas eu respiro.

Amo-Te, ó meu Deus Salvador, porque foste crucificado por mim, e me tens aqui crucificado por Ti.

Meu Deus, dá-me a graça de morrer amando-Te e sabendo que Te amo.

Amém.

em

http://www.paroquiaportela.org/

O Salário do Pecado é a Morte

dor no ventre

sangra o corte

clamor nas entranhas

rasgadura na pele e na alma

reza de benzedeira

agonia de parideira.

(poema bíblico)

Ter Um Filho

Quando engravidei só queria ter um filho, mais nada. Queria, porque desejava amar dessa forma de que todos falam. Queria porque o meu corpo gritava por isso há já muitos anos. Depois preferi menino, porque não ia ter tempo para mimar uma menina como deveria. Porque o pai assim o queria. Era tradição de felicidade ser um menino o primeiro filho. Depois passei muito tempo com medo de que nascesse feio, porque enjoei do pai dele. Quando nasceu, todo amarelinho, rezei à virgem que passasse toda a minha beleza para a criança, que nada mais me importava para guardar para mim. E assim foi. O menino é dos mais belos que eu já vi na minha vida inteira. Dele espero e apoio tudo.

O Problema é todo dos Contos de Fadas

O Problema é todo dessas histórias que nos contaram quando éramos crianças... a bela adormecida ainda vá lá, porque aí o príncipe luta pela sua "amada" (ou será mais paixão?) e quando alguém dá muito de si, também espera muito da relação e o amor vive disso. Mas e a branca de neve? Ele procura-a, por acaso encontra-a no meio do bosque, beija-a e casa com ela só porque vê que ela é bonita? Mas isso é alguma coisa? Qual é a solidez de uma relação que é simplesmente baseada na beleza do outro? E quando a mulher ficar velha? E quando o príncipe se fartar de olhar sempre para a mesma beldade?
Claro! Esses contos de fadas é que nos andam a minar a cabeça toda! E viveram felizes para sempre? Porquê? Porque ele viu que ela era bonita e ele era um príncipe? Mas isto faz algum sentido para quem vive a vida real?
E quando ele descobrir que ela adormece sem querer dentro do quarto de sete homens, que depois chegam de noite e a descobrem lá? Será que ele se vai sentir muito feliz para sempre? Não seria melhor se eles conversassem antes àcerca desses pequenos pormenores, para ver primeiro se se conseguem aceitar um ao outro?

O que fazer?

O que fazer quando não sabemos viver conosco próprios? Quando é a nossa própria pele que menos queremos? Quando nos vemos forçar a afastar-nos daqueles que mais amamos, por medo de os magoar?

Onde está a minha poesia?

Deus é poesia.

Onde está a minha poesia? Por que caminhos andará? Talvez já tropega, deambulante, pelos caminhos escuros do sofrimento deslizará, procurando a saída, sem encontrar porta, parede ou janela desprotegida. Ou então, estará algures, no meio dos restos da batalha, que se travou entre os doendes da minha alma e os pequenos génios da mentira. Andará, provavelmente, por entre os destrossos das armas que guardavam a intimidade do meu ser mais profundo.

Tudo o que é demasiado grandioso ofusca a poesia. A minha dor assim o foi.

A Sofia de Melo Breiner escreveu que quem nega a poesia uma vez, perde-la para sempre... espero conseguir encontrar a minha chama...